Por Marcelo Visintainer Lopes – Escola de Vela Oceano
Instrutor de Vela e Consultor Náutico
São muitos os tipos de serviço que podemos realizar utilizando o próprio veleiro, principalmente nas marinas e nas ancoragens.
Criatividade, empenho e persistência são fundamentais para qualquer negócio dar certo.
Alugando o veleiro
Você poderá alugar o veleiro para diversas finalidades como produção de filmes e comerciais, ensaios, aniversários, curtir o pôr do sol embarcado, encontros empresariais, despedidas de solteiro, pré-wedding e tudo mais que você tiver criatividade para inventar.
Para estes tipos de serviço a experiência na vela passa a contar pontos importantes.
Você estará lidando com “passageiros”, mesmo que o trabalho seja realizado na poita ou próximo à marina.
Obviamente que experiência náutica nunca é demais. Quanto mais você tiver, melhor será a qualidade do seu serviço.
Conhecer as reações do seu barco, manutenções em dia, habilitação compatível com a navegação e um mínimo de conhecimento de vela e motor seriam necessários.
Para iniciar nos trabalhos de locação para eventos especiais um perfil bem trabalhado no Instagram daria conta.
Exigências básicas em relação ao serviço
Barco bem conservado, com um bom espaço externo (acima de 30 pés), limpo e bem arrumado.
Prestação do serviço com educação, cordialidade e responsabilidade.
Locação para passeios
A locação para passeios também conhecida como Charter é muito comum hoje em dia e é uma das primeiras coisas que vem à cabeça de quem recém comprou o barco.
Os custos são baixos e o lucro é muito bom com diárias variando entre R$ 600,00 e R$ 1.800, dependendo do tamanho do barco.
Barcos mais novos e maiores ficam na escala superior do valor das diárias.
Quase todos os dias vejo uma nova divulgação deste tipo de serviço no Instagram, principalmente na região de Angra e Paraty, mas também no Rio de Janeiro e Florianópolis.
Não existe uma legislação que proíba uma pessoa habilitada de alugar seu barco com fins recreativos, muito pelo contrário, a locação está prevista na NORMAN 03 da Marinha do Brasil.
A única exigência é que você esteja habilitado junto à Marinha (Arrais, Mestre ou Capitão).
A categoria vai depender do tipo de navegação que você vai empreender.
Se vai ficar dentro das baias abrigadas o Arrais Amador já serve.
Locais de pouco vento (Angra e Paraty) a chance de um “comandante com pouca experiência” dar certo é maior, mas mesmo assim, quando entra uma frente fria ou quando aparecem as trovoadas de verão, a falta de experiência do comandante pode colocá-lo em situações mais complicadas.
Normalmente os passageiros de uma locação consomem bebidas alcoólicas e o comandante deve ter a sua atenção redobrada.
Regras claras em um site, limitando a quantidade de bebidas e esclarecendo todas as regras de segurança ajudam a evitar desconfortos.
Manter-se próximo de abrigos também pode ser uma boa solução para evitar dores de cabeça no início da carreira.
Em locais famosos por ventar forte (Floripa, Ilhabela e Búzios) os cuidados do comandante são ainda maiores.
É importante e estratégico que ele ofereça outras opções de embarque e desembarque ao longo do passeio.
Pessoas tecnicamente despreparadas devem evitar passeios em condições de vento forte.
Não basta um comandante estar habilitado junto à Marinha para garantir a segurança de seus passageiros.
Habilitações nunca serão parâmetro para medir os conhecimentos práticos.
Algumas ideias não comuns
Embora não sejam comuns são serviços como outro qualquer.
Uma vantagem inicial é que para estes tipos de serviço a experiência na vela não é relevante.
O mais importante aqui é a quantidade e a qualidade dos relacionamentos que você é capaz de construir nos locais por onde passar.
São elas
Cuidador (a) de crianças, aulas particulares, massagem, yoga, manicure, corte de cabelo, pão artesanal, pizzaria, cafeteria e por aí vai...