contato

Base Florianópolis - Santo Antônio de Lisboa
fone: (48) 988.11.31.23
Prof. Marcelo Visintainer Lopes

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Avaliação de veleiros na década de 90

 Por Marcelo Visintainer Lopes

Imagem ilustrativa fonte: https://www.yachtingnews.com/osmosis/

Embarque agendado rumo Angra dos Reis para a avaliação de um 34 pés, ainda na década de 90.

Na semana marcada para a viagem o contratante me informou que não seria mais necessária a minha avaliação.

O motivo: a descoberta de uma amizade – o vendedor fora colega da sua irmã no jardim de infância.

O detalhe é que a irmã estava com quase 50 anos e os colegas nunca mais se viram desde a infância. Valeria a pena dispensar minha avaliação após descobrir “tamanha intimidade”?

O fato é que o negócio foi fechado.
Meu cliente ligou dizendo que estava muito feliz com o negócio, que o barco era impecável e que as manutenções estavam em dia.

O antigo dono mantinha as informações sobre manutenções, datas e custos anotados.

Aproveitei e perguntei qual tinha sido a data da última pintura de fundo.

É muito importante saber a data da última aplicação, especificação da tinta e o número de mãos aplicadas, mas na verdade eu queria ir além… eu queria mesmo era saber o valor gasto.
Quando o custo da pintura foge da normalidade é porque ocorreu algum outro tipo de serviço no casco, na quilha, no leme, etc.

Não precisei investigar muito. As anotações eram tão detalhadas que na linha abaixo da pintura estava descrito um serviço no valor de R$ 6.000,00 referente ao “tratamento da osmose”.

A pintura de fundo custou R$ 1.500,00 com material e mão de obra.

A osmose esperada para aquele modelo de barco estaria dentro da normalidade se a relação entre a pintura e o tratamento fosse menor, porém pela diferença de valor dava para perceber o tamanho do problema.

Não perdi tempo em tentar avisar sobre o “pepino”, mas meus argumentos não o convenceram.

A osmose ainda era um assunto pouco falado e pouco se sabia sobre tratamentos.

Tudo era feito de maneira experimental. O pessoal furava a bolha e descobria que o líquido era ácido.

A bolha era aberta com um formão ou com a própria lixadeira e depois era aplicada a cola Araldite (o epóxi da época) ou massa de lataria de carro.
Cansei de ver buracos sendo tapados com a água ainda saindo; sinal de que não alcançaram o fundo da bolha.

A umidade permanecia no local, a osmose não era “curada” e acabava voltando com o tempo. Acompanhei este início bem de perto e entendi que não havia mais condições de avaliar um veleiro sem fazer uma inspeção minuciosa em busca da osmose.

A inspeção de fundo sempre ocorreu com os testes de apoio de quilha, apoio no berço, folga de bucha de leme, vedação da quilha, batidas na quilha e etc, mas uma osmose nos estágios iniciais passava desapercebida.
Na época eu não tinha medidor de umidade e a detecção das bolhas era feita apenas “de ouvido”. Utilizava o retorno do som (toque, toque) para detectar os vazios na laminação.

Mas voltando ao barco: navegou até o seu porto de destino e começou a velejar lindamente!

Estava tudo indo bem até o dia da subida para pintura de fundo. Era a hora da verdade!

O pessoal começou a lavar o casco e as bolhas começaram a surgir, como um campo minado… assustado, o pintor mandou chamar o proprietário.
Diversas bolhas quase unidas umas às outras. Era um caso nunca antes visto no pátio de manutenção daquele clube.

O prestador de serviço não sabia direito por onde começar!

A lixação foi tão profunda que em alguns pontos quase atravessava o casco.

Após um longo período de espera pela secagem, o serviço teve continuidade com a aplicação de massa epóxi.

Assim como ocorreu da primeira vez, nada impediria a recorrência, ainda mais se a umidade do suco da bolha estivesse ainda presente.
Como já comentei em postagem anterior, osmoses profundas e contaminações em grandes áreas não encontram cura no método tradicional.

As camadas contaminadas devem ser lixadas por igual e todo o material retirado deverá ser relaminado. O processo tradicional de reparação da osmose é “colado” e não quimicamente fundido como era no laminado original.

A continuidade da resistência mecânica promovida pelos fios do tecido laminado foi rompida e os buracos foram apenas preenchidos com massa.
Ficam algumas reflexões:
Será que o dono se arrependeu da compra?
Será que na hora de vender para outra pessoa, o novo proprietário ficou sabendo do problema?

Você conseguiria deitar a cabeça no travesseiro sabendo que vendeu um barco neste estado?

Bons ventos!

Escola de Vela Oceano – 35 anos

Fale com o nosso instrutor e reserve a sua atividade de vela na Ilha ou em Itajaí.

Whatsapp: (48) 988113123




Vela Oceânica em Florianópolis, Aula de Vela em Floripa, Escolas de Vela no Brasil, Aprenda a velejar em Floripa, Escola de Vela Oceano, Universidade da Vela no Brasil, Veleiro Floripa, Barco à Vela Florianópolis, Charter de Veleiro em Floripa, Como aprender a velejar, Quero aprender a velejar, Velejar é uma arte, Aluguel de barco em Floripa, Aluguel de Veleiro para comerciais e filmes, Curso de Veleiro, Escola de Veleiro, Curso Navegação Costeira, Curso Iatismo, Travessias Oceânicas, Vela de Cruzeiro, Curso de Vela de Cruzeiro, Escola de Iatismo, Vela de Cruzeiro, Vídeos de Veleiro, Vídeos Velejando, Professor Marcelo Visintainer Lopes, Velejar, Onde aprender a velejar, Escola de Vela Itajaí, Curso de Vela Oceânica Itajaí, Aula de Vela Itajaí, Escola Veleiro Itajaí,  velejar Itajaí, comprar veleiro, vender veleiro, aulas de iatismo, Morar em um veleiro, morar a bordo, quanto custa morar em um veleiro, escola velejar, aprender velejar, velejador brasileiro, navegar brasil, velejar brasil, velejar tempestade, velejar com tempo ruim, velejar com vento forte, curso de vela embarcado, escola de vela embarcada, aula de vela embarcada